A AncestrAnalise é uma escola da psicologia de base epistemológica essencialista, que tem como objetivo produção e compilação do pensamento de diversos intelectuais negres que produziram conhecimento acerca do adoecimento psíquico, histórico, cultural, social e econômicos que precarizam, marginalizam e subalternizam as vidas negras.
A AncestrAnalise como campo clínico de investigação entende o dispositivo da racialidade como central para compreender as pessoas negras/diaspóricas na modernidade colonial e os efeitos desse sistema de opressão racista e suas intersecções na produção da alienação, assimilação, complexo de inferioridade, despersonalização e subjetividades negras.
A AncestrAnalise como psicologia anticolonial é placentalmente nutrida pela violência branca colonial, mas também é umbilicalmente ligada às estratégias de sobrevivência que na população negra desenvolveu diante dos terrores da diáspora. A proposta é que os dispositivos ancestranalíticos sejam uma membrana placentária dentro da sociedade forjada pela violência da miscigenação, pelo mito da democracia racial e meritocracia. O desejo é de que os elementos ancestranalíticos possam nutrir o povo negro, forcepsando uma consciência racial radicalmente crítica que historicamente vem sendo abortada. A redistribuição, demarcação do violento dispositivo da racialidade aqui serve como ferramenta de anembrionarização da da ideologia supremacista branca, uma espécie de autópsia da natimortização da branquitude.
Ela nasce devido a uma limitação congênita, embrionaria das psicologias brancas hegemônicas, de romperem com o pactos colonial, o contrato racial e o acordo capital que universalizou e cristalizou o mito a ficção da ideologia supremacista branca em nossa sociedade, em nossas mentes e instituições, fazendo a manutenção a conservação e reprodução do sistema da plantation que consiste na “expropriação de terras indígenas e exploração de corpos negros”.